Serviço de Pedreiros,
De boina na cabeça, a pele crestada pelo sol e pelo calor, eis que aparecem os pedreiros diante de uns quantos blocos de granito e de uma
empreitada, um muro a erguer.
Enrolam um cigarro e começavam a magicar, como conjugar forças com aquela tonelagem toda.
Tiravam medidas, agarravam ferro no cinzel e no maço.
Tiravam medidas, agarravam ferro no cinzel e no maço.
Lá ia o meu avô Acácio de Vassal, o Ti Cruz e o Zé
Magalhães dos Possacos, acompanhados por vezes com algúm aprendiz.
Hora de matar o 'bicho' uma côdea de pão um pedaço de presunto ou queijo e aquela pinga, a manhã
ia-se numa batida metálica, compassada,.
Antes da movimentação das pedras, outra
tabacada a planear a operação. Uns rebos à frente, para elas
deslizarem, as alavancas às mãos ásperas como lixa, e uma cuspidela nos dedos,
um cantarolar monocórdico
- Eia, pedrinha, eia!
- Eia, pedrinha, eia!
Porque era preciso subtileza, vagar, cautela, não fosse
alguma entaladela subir o tom ao musical, transformando-o em vernáculo tremendo
- Ah, e lá se soltavam um camião de palavrões, e o mais que se adivinha, com redobrados cuidados na maré
das trancas e roldanas, a parede já com formas muito nítidas e outra pausa e
outro cigarrito.
Aqui fica a minha homenagem a tão nobre arte, que
infelizmente se vai perdendo nos anos, e a estes três nomes citados,
que muitos muros e casas ergueram.
Sobretudo ao meu avô Acacio, que Deus o tenha em
bom lugar .
Saudações
boa :)
ResponderEliminar